Cabo Verde

No tempo dos exploradores

O arquipélago foi oficialmente descoberto por Portugal em 1460 e o povoamento começou dois anos mais tarde, na ilha de Santiago, com a criação da cidade da Ribeira Grande, onde foram construídas uma catedral e uma fortaleza.

Passagem necessária para alguns dos navios negreiros cruzando o Atlântico, Ribeira Grande / Cidade Velha é hoje considerado como o berço da história do país por ter visto o aparecimento da primeira língua crioula. Nessa qualidade, em junho de 2009 a UNESCO declarou o local como Património Mundial da Humanidade.

Com o declínio de Portugal, cujo poder foi contestada pelo holandeses, franceses e ingleses, Cabo Verde foi abandonado e severamente prejudicado no seu desenvolvimento, havendo epidemias e fome em massa. Apenas na metade do século XIX vivenciou um novo "boom" econômico graças ao crescimento de São Vicente.

Após vivenciar uma série de crises de fome mortais, no final dos anos 40 e com o exílio mais ou menos voluntário de milhares de cabo-verdianos para as plantações de São Tomé e Príncipe (outras ilhas sob a dominação portuguesa), um sentimento nacionalista começou a crescer, encontrando apoio no movimento cultural literário Claridade.

A repressão estabelecida pelo Estado Novo de Salazar acabou por gerar em todos os territórios do Ultramar um forte ressentimento contra a metrópole e a luta pela independência começou.

Nascimento duma nação

Será um engenheiro agrônomo chamado Amílcar Cabral, líder do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), que comandará as operações militares exclusivamente no território da Guiné Bissai. Ele foi morto o 20 de janeiro de 1972, e foi só após a Revolução dos Cravos em Portugal que o processo de independência começou, terminando a 5 de julho de 1975.

Após um período de quinze anos durante o qual o PAIGC marxista (agora PAICV) governou sozinho, Cabo Verde viveu uma sucessão muito democrática de alternâncias. O país agora é considerado um dos mais estáveis da África.

Sem recursos na altura da independência, Cabo Verde deixou em 2008 a categoria dos Países Menos Desenvolvidos (PMD), para ser considerado um dos países de renda média. Além disso, no final de 2007, a UE decidiu conceder ao país um status de "parceiro especial" e nessa mesma época, o país aderiu à OMC e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atómica).

Mindelo

Uma irrupção tardia

São Vicente foi uma das últimas ilhas a ser descoberta, e foi significativamente povoada três séculos mais tarde, muito depois do resto do arquipélago, com resultados encorajadores na década de 1820.

A cidade do Mindelo foi construída em torno de uma baía que proporcionou um refúgio muito seguro para os navios. Muito rapidamente, o porto (Porto Grande) cresceu e atraiu as empresas britânicas para o abastecimento em carvão das centenas de embarcações que navegavam para as Américas.

Ao tornar-se, em 1875, o maior porto de carvão no Atlântico Sul, Mindelo viveu a sua época de ouro e recebeu muitos habitantes das ilhas vizinhas, fugindo das secas, epidemias e fomes.

Uma cidade cosmopolita

Os Ingleses controlavam a economia e seu estilo de vida influenciou o resto da população; ainda hoje, muito tempo depois da partida do último cidadão britânico, Mindelo tem campo de tênis, um campo de golfe, um centro equestre, alguns jogam cricket e na hora de desfrutar do gin, é costume dizer "tud cool tud nice".

Mas após o surgimento de portos concorrentes mais modernos e menos dispendiosos em Las Palmas e Dakar, Mindelo sofreu o impacto do abandono do carvão para os motores de combustível com maior autonomia. O Porto Grande viveu então um declínio real, e a cidade cosmopolita foi abandonada à sua sorte.

Após a independência, o governo de Cabo Verde concentrou os seus esforços na pesca e fábricas de têxteis, na produção de água e de eletricidade ; mais tarde nos anos 90, com a liberalização econômica e política do país, surgem atividades semi-industriais e hoje, embora ainda existindo por uma taxa de desemprego de mais de 20%, São Vicente conhece um novo período de desenvolvimento.

A Aliança Francesa

Uma presença cultural francófona

É no Mindelo que o primeiro Centro Cultural Francês de Cabo Verde nasce em 1977, dois anos após a independência do país.

Em 1981, enquanto Cabo Verde finalmente abandonou o projeto de união com a Guiné-Bissau, a França abriu uma embaixada e um segundo Centro Cultural Francês na Praia, a capital do pais.

A 26 de novembro de 1997, a Aliança Francesa do Mindelo vem substituir o Centro Cultural do Mindelo que existia até essa data. A Aliança Francesa do Mindelo é uma associação de direito cabo-verdiano, cujos estatutos foram aceitos o 31 de dezembro de 2000. A Aliança Francesa de Paris aprovou os estatutos o 10 de dezembro de 2003.

A Aliança Francesa do Mindelo e o Ministério dos Negócios Estrangeiros estão vinculados por um acordo de parceria.

O edifício

A Aliança Francesa do Mindelo ocupa uma das construções mais antigas da cidade, a casa existia num plano de 1858 e pertencia ao primeiro presidente da Comissão Municipal do Mindelo, mesmo antes da criação de Câmara Municipal. Construída em torno do que foi então a praça central, a casa era cercada por árvores.

O governo a adquiriu, em 1860, para abrigar a Administração do Concelho, a Repartição da Fazenda, os Correios e a Capitania dos Portos. O edifício foi vendido a uma das companhias de carvão, que fez então grandes obras de renovação para aproveitar de toda a sua superfície.

Apos a independência do pais, o partido PAIGC instalou os seus escritórios e os da Juventude Africana Amilcar Cabral.

Hoje, os prédios contíguos abrigam a Biblioteca Municipal.